O proprietário do Bazar da Arte e representante do Projeto Memórias Manoel Messias Moura fora convocado a prestar esclarecimento na Delegacia de polícia de Nossa Sra. das Dores, assunto: barulho produzido pela atividade de música do Projeto Memórias realizada nas dependências do Bazar da Arte, local gentilmente cedido pelo proprietário para que essa obra social tão relevante acontecesse. Vale lembrar que tais atividades foram suspensas há muitos dias pelos coordenadores da referida instituição em respeito ao vizinho reclamante, pois bem, pensava-se que depois de “quebrar as cordadas dos violões dos alunos, furar as peles dos instrumentos de percussão, entupir os trompetes e as flautas desses,” o problema estaria assim sanado, engano! Pois nessa terça-feira dia 13 de dezembro estavam lá na delegacia de polícia de Nossa Sra. das Dores respondendo pelo “crime de formação de bons cidadãos” Manoel Messias Moura, acompanhado de alguns alunos da oficina de música e do também coordenador do Projeto Memórias, o Professor João Paulo Araujo de Carvalho dando apoio moral.
No entanto, cabe aqui algumas perguntas: havia necessidade desse vizinho expor mais uma vez a constrangimentos os donos da residência, os alunos do Projeto, e os que estão a frente da referida instituição, mesmo depois de as atividades terem sido suspensas? Será que esse vizinho nunca incomodou as demais aulas do lado de cá com o som de seu carro alto e outras coisas mais vindas do lado de lá, que por sinal seria vergonhoso para ele se aqui fosse citadas? Será que ele quando lava o seu carro se preocupa em não jogar a água dentro da casa onde funcionam as atividades do Projeto? As imagens gravadas de tais ações feitas por esse cidadão do não deixam ninguém mentir! A quem esse cidadão quer atingir afinal? Sim! Pois a intimação estava endereçada ao Proprietário do Bazar da Arte e não a instituição que supostamente o incomodou com barulho de música.
É bem verdade que esse sentimento de insatisfação e ódio nutrido pelo Proprietário do Bazar da Arte ou pelo Projeto Memórias por parte de tal vizinho não é compartilhado por alguns membros de sua própria família, pois dias antes, a sua esposa procurou Manoel Moura em sua residência para pedir desculpas pelas “atitudes insanas de seu marido”, palavras dela, ressaltando a importância do trabalho social ali desenvolvido pelo Projeto e acrescentando que não tinha nada haver com as atitudes dele e que muitas vezes o aconselhou e que se sentia melhor quando ouvia os alunos do Projeto Memórias tocar os seus instrumentos, disse ainda que "não precisava ele ter enviado a policia na casa de ninguém, pois não estavam lidando com bandidos ou com delinqüentes, que era só um grupo de crianças em uma atividade sadia e que uma boa conversa era o suficiente para não haver nenhum tipo de problema".
Por fim, ela classificou a “atitude do marido como sendo de uma pessoa de pouca cultura, de uma pessoa que deve aprender a viver e a conviver, especialmente com as coisas boas mesmo que essas incomodem um pouco”. Contudo, Mostrou-se aberta a um acordo de convivência, enfatizando que a atividade de música “não deveria parar, pois esses meninos precisam disso”, inclusive citando um caso de dois meninos conhecido dela cujo comportamento mudou depois de se envolverem com música, sentimento esse compartilhado por Manoel Moura e demais membros do Projeto Memórias, que nesses últimos dias vem sentindo o amargo gosto da “VITÓRIA” do referido vizinho. Portanto, nessa ultima visita a delegacia de policia ficou configurada a seguinte situação: a paz entre os vizinhos ou o vizinho, se restabeleceria com a suspensão do “barulho”, pois o código civil proíbe barulho excessivo. Se foi excessivo, tenho as minhas dúvidas, a única certeza que temos e que como sempre, respeitaremos sim os direitos dos vizinhos, mesmo sabendo que os nossos muitas vezes não foram e não estão sendo respeitados.
Por Manoel Moura